O Lula poderia ter indicado o Ciro. Ou ao menos não sabotado a campanha dele. Haddad não é nem de longe o pior nome. Mas qualquer candidato de dentro do PT seria um catalisador do voto antipetista. O próprio Haddad poderia ter sido vice na campanha do Ciro sem causar tamanho estrago para a esquerda.
É uma triste ironia que uma estratégia traçada unicamente para sobrevivência política do Lula acaba por eleger seu arqui-inimigo. Em qualquer outro cenário, todos os candidatos seriam brandos com os lulistas. Da Marina, ao Ciro, ao Alckmin, ao Meirelles, todos teriam motivo para deitar panos quentes após as eleições. Menos o Bolsonaro. Foi um erro de cálculo grotesco.