Qual sua experiencia com livros de auto-ajuda?

Eu já li mais.

Não condeno literatura de auto-ajuda. Já compartilhei minha opinião sobre isso por aqui, acho que no post do paulo coelho.

Penso que é mais uma questão de rótulos e boa ou má literatura. Muito livro de auto-ajuda (como esse "o poder do agora") passam a mesma mensagem que se encontraria em literatura budista, hindu, taoísta, existencialista, estoica, etc (que é o que eu já li alguma coisa sobre), mas de uma maneira meio "meh", ou simplista demais.

Depois você também percebe que eles se repetem demais, e você provavelmente já sabe qual é o seu problema e o que deve fazer para resolvê-lo. Por exemplo, organização e disciplina: é muito simples, vai lá e faz. Não tá com vontade? Engole o choro, vai lá e faz. Não existe método mirabolante ou segredos do universo para resolver esse tipo de problema, é uma questão de força de vontade.

Bom, enfim, eu nem sei se esses livros se classificam como auto-ajuda (e isso importa?), mas eu entendo como auto-ajuda qualquer coisa que, bem, me ajude sobre alguma coisa. Dito isso, eu recomendo Meditações do Marcus Aurélius, Manual do Epicteto, Sobre a Brevidade da Vida do Sêneca (esse é quase o meu livro de cabeceira), e Em Busca de Sentido do Viktor Frankl.

Colo aqui um trecho do "Sobre a Brevidade da Vida":

“Vemos que chegaste ao fim da vida, contas já cem ou mais anos. Vamos! Faz o cômputo de tua existência. Calcula quanto deste tempo credor, amante, superior ou cliente, te subtraiu e quanto ainda as querelas conjugais, as reprimendas aos escravos, as atarefadas perambulações pela cidade; acrescenta as doenças que nós próprios nos causamos e também todo o tempo perdido: verás que tens menos anos de vida do que contas. Faz um esforço de memória: quando tiveste uma resolução seguida? Quão poucas vezes um dia qualquer decorreu como planejaras! Quando empregaste teu tempo contigo mesmo? Quando mantiveste a aparência imperturbável, o ânimo intrépido? Quantas obras fizeste para ti próprio? Quantos não terão esbanjado tua vida, sem que percebesses o que estavas perdendo; o quanto de tua vida não subtraíram sofrimentos desnecessários, tolos contentamentos, ávidas paixões, inúteis conversações, e quão pouco não te restou do que era teu! Compreendes que morres prematuramente.” Qual é pois o motivo? Vivestes como se fósseis viver para sempre, nunca vos ocorreu que sois frágeis, não notais quanto tempo já passou; vós o perdeis, como se ele fosse farto e abundante, ao passo que aquele mesmo dia que é dado ao serviço de outro homem ou outra coisa seja o último. Como mortais, vos aterrorizais de tudo, mas desejais tudo como se fôsseis imortais. Ouvirás muitos dizerem: “Aos cinqüenta anos me refugiarei no ócio, aos sessenta estarei livre de meus encargos.” E que fiador tens de uma vida tão longa? E quem garantirá que tudo irá conforme planejas? Não te envergonhas de reservar para ti apenas as sobras da vida e destinar à meditação somente a idade que já não serve mais para nada? Quão tarde começas a viver, quando já é hora de deixar de fazê-lo. Que negligência tão louca a dos mortais, de adiar para o qüinquagésimo ou sexagésimo ano os prudentes juízos, e a partir deste ponto, ao qual poucos chegaram, querer começar a viver!"

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