Will capitalism survive the robot revolution?

Na verdade caímos no "Say vs Keynes", uma controvérsia no campo da economia. Um diz que a demanda gera sua produção, e o outro que a produção gera sua demanda.

Não existe controvérsia, a lei de say é uma constatação, basta você olhar pra realidade.

Imagine que você quer comprar algo (efetuar uma troca) com outra pessoa. Qual o primeiro passo? Ter algo pra oferecer em troca do que você quer.

Ou seja, antes de uma troca (demanda e consumo) existir é NECESSÁRIO que se produza. Eu tenho que produzir uma coisa que você quer, você tem que produzir uma coisa que eu quero, e só então a gente troca. Isso é a realidade, não é um teorema criado através de cálculos e lógicas mirabolantes. Tentar contestar isso é como contestar a existência da gravidade.

Baseado nisso, quanto mais eu produzir, e quanto mais você produzir, mais opções existiram pra gente trocar, e essas opções geram a demanda de uma pessoa pelas coisas que outro produz, o que resulta em troca e comércio. Sem produção simplesmente não existe demanda.

Outra coisa importante de perceber é que uma necessidade é um emprego. Vamos dizer que existe uma cidade apenas de carteiros fadados ao desemprego, e essa cidade é completamente isolada do mundo. Esse é o pior cenário possível se você pensar em automação, pois TODOS perderiam o emprego em uma cidade que não produz nada tangivel.

No dia que todos perderem o emprego, o que vai acontecer? Todos vão morrer de fome?

Claro que não... um carteiro vai ir la e plantar uma mandioca, outro vai abrir um comércio, outro vai criar um boi, outro vai trabalhar no comércio... eles não vão morrer de fome, eles vão se reestruturar e começar a trabalhar em outras coisas.

Só que pense assim, o trabalho de carteiro ainda está sendo suprido por máquinas, e agora o carteiro pode produzir outra coisa. Ou seja, agora nós temos cartas E mandioca; cartas E comércio; cartas E boi. A riqueza da sociedade aumentou.

Se nós mantivessemos eles como carteiros a sociedade nunca teria acesso a mais mandioca, ao novo comércio, e a tudo de novo que esses carteiros poderiam vir a produzir. Você está literalmente tirando todo o potencial criativo dessas pessoas, privando a sociedade de tudo que elas poderiam vir a produzir e inventar, pra mante-las em um subemprego que não é mais demandado, tudo as custas dos outros indivíduos.

Ai você diz "Mas e se um ali no meio não sabe fazer mais nada?"

Um ser humano não é definido por um emprego, eu sou uma pessoa, não um programador. Se amanhã programadores não forem mais demandados eu tenho que ter outra habilidade, e se eu não ter outra habilidade eu tenho que ter uma poupança. Isso é uma responsabilidade minha como ser humano, eu tenho liberdade de correr atrás do meu sustento, mas eu não tenho o direito de exigir que a sociedade me sustente.

Se eu tivesse alguma deficiência grave, ou fosse extremamente idoso, até seria discutível... mas pra isso já temos outras redes de proteção, como a aposentadoria e programas de assistência.

O que é inaceitável é uma pessoa de 40 anos agindo como um inválido e pedindo pra sociedade inteira não aproveitar novas tecnologias pra ele não precisar se virar e aprender a fazer outra coisa.

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