Minha experiência é muito parecida com a sua, porém, na versão católica. Depois de muitos anos de ateísmo (que não foram completamente embora, já explico isso) passei a me sentir muito bem no terreiro de umbanda. Os sentimentos de caridade e de preenchimento espiritual efetivamente me fizeram bem. Mais bem, até, do que eu esperava. Assim, continuo frequentando.

Uma coisa que decidi por mim mesmo (aconselho você a fazer o mesmo) é não "cair de cabeça" na umbanda, mas deixar-me levar enquanto me fizer bem. Jamais tive a intenção de trocar o ateísmo pela empolgação, o que acabaria desgastando minha relação espiritual com a umbanda. Então, fico na assistência, participo aqui e ali em certos eventos do terreiro, mas não pretendo que seja parte tão importante de minha vida, sem ter a certeza de que isso vai ser permanente.

Até porque não desapareceram as verdades que me levaram ao ateísmo. Elas não sumiram apenas porque passei a frequentar terreiros. Estas duas partes de mim continuam conversando, dialogando, mas, como eu disse, vou levando enquanto continuar me fazendo bem. Eu sei que é no andar da carroça é que as abóboras se ajeitam: não penso que sou uma bagunça, mas que estou no meio de uma viagem. E embora não saiba qual vai ser precisamente seu destino, aproveito para curtir a paisagem, porque me faz bem.