Vou fazer 19 anos no fim do mês.

Sinto que pouco ou nada fiz da vida, antes ter o telemóvel mais recente era uma novidade, agora desde que tenha ligação à internet, ótimo. Queria tudo e pedi muito, tenho câmeras fotográficas caras, roupa quase toda da zara quando muitos dos meus amigos não poem la o pé, já viajei, tudo à custa dos meus pais. Vivi e vivo bem.

Quanto mais tempo passa mais vejo que ter bens materiais são mais uma questão de estatuto do que propriamente necessidade. Sou como a maioria dos casos, os pais pediram o empréstimo e com muito esforço nos próximos dois anos temos a casa paga depois de 20 e tal anos. Se ter uma casa no nosso nome e dizer que sim, a casa é minha, sim deve saber bem, mas, coisa certa nesta vida é a morte e quando morremos a casa fica para trás. Concordo com muitos aqui, experiencias valem mais que posses. Também concordo, essa vida de viver para o facebook não me assiste. Para mim mesmo o ideal é viver com o essencial, queres viajar? Poupa e arranca para as férias na Austrália, sem censuras. Agora, vais comprar o Mercedes porque vais impressionar o pessoal da faculdade, esquece.

Agora que aprendo mais sobre a realidade da vida, que ha gente a passar dificuldades e que as ofertas de emprego são uma bela bodega, vejo que a minha vida ideal é mesmo a ter um trabalho estável, alugar a casa ate encontrar um companheiro (depois vemos se comprar vale a pena) e entre isso tudo viajar e aproveitar a minha vidinha. A minha atitude mudou bastante desde que entrei na faculdade, tanto que antes eu queria tirar a carta e estava mortinha para ter carro, agora vivo bem com o meu passe, sem pressas. De alguém que ouve todos os dias a mãe lamentar que não aproveitou a vida porque se matou a trabalhar e sacrificou para ter, não ligo, nem vou ligar a ninguém e muito menos a endividar-me só porque é giro ter uma tv de 700 euros. Todos querem dar feedback sobre o que devemos fazer da nossa vida mas no fim do dia eles vão à vida deles e depois ficas la tu a viver segundo a opinião dos outros e a chuchar no dedo.

Recomendo a verem documentários sobre o Minimalismo ( Minimalism: A Documentary About the Important Things) àqueles que veem o valor nas experiencias durante a nossa curta vida, e a todos os curiosos claro, não para mudar opiniões mas acho que faz abrir muitos olhos e no fim do dia vermos que se calhar nem metade daquilo que temos é mesmo para satisfazer desejos momentâneos.