Alguns dias são mais difíceis que outros, mas eu nunca passei por uma situação como a do vídeo.
O comportamento dos alunos, como a criminalidade na rua, precisa ser objeto de reflexão, mas o estado nunca criou espaço pra isso, não tem coragem. Não é pra isso que ele serve.
Te tranco com fome numa sala quente e fedida todos os dias pra uma atividade sem perspectiva, enquanto isso sua mãe se fode lá fora. Se você não colaborar com isso, entra um pm e te arrebenta dos pés à cabeça.
A indisciplina é o mínimo que se espera de um ser complexo como um jovem nessa situação.
Você já viu uma goteira? Ontem chovia muito. A janela, emperrada, não fechava, jorrava água dos furos no teto e também das lâmpadas. Não tinha nenhum ponto no piso que estivesse seco. Não foi um dia atípico, foi uma sexta-feira.
Tenta ir lá ensinar gramática.
Interessante essa questão do Ceará. Aqui em São Paulo eu nunca tive notícia de escolas controladas por traficantes, o que acontece normalmente é que o crime organizado fica mais próximo quando tem alguém relacionado estudando. É preciso saber que o efeito pedagógico do crime organizado na escola nunca é indisciplina. Esse tipo de cena que você vê no vídeo é fruto de molecagem, brincadeira de crianças carentes dos valores caros à educação regular, nada a ver com tráfico. Claro que eu não sou interessado no produto da relação crime/escola, só tô dizendo o que eu vejo.