Eu entendo, além de tudo há quem não goste do estilo dele também, pura e simplesmente. É preciso respeitar isso também. Afinal, ninguém consegue agradar a todo mundo e ser uma verdadeira unanimidade, principalmente quando a questão é tão subjetiva quanto a apreciação estética e artística. Mas é que eu acho seguro dizer, apesar de não ser algo completamente original, que essa fórmula que ele acabou adotando (de maneira consciente ou não) ainda não tenha se esgotado por completo como possibilidade de criação artística. Então eu acho meio desmerecido, meio injusto até, esse ódio todo que as pessoas têm contra o Britto. Por mais clichê, brega e enlatado que ele seja, se esses sentimentos traduzem de alguma forma o nosso próprio estilo de vida, eu acho que ele tem significado artístico, sim. Já vi ele dizendo que não pensa muito sobre o seu lugar na história da arte contemporânea, no que a obra dele representa dentro do contexto da produção artística do seu tempo. Talvez essa decisão dele, de simplesmente vender o próprio peixe e hiperbolizar o apelo mercadológico-publicitário, transformando as suas criações em objetos de consumo, venha a ser lembrada no futuro como a radicalização mais absoluta possível do conceito de obra de arte. Posso estar sendo muito generoso com ele, não sei. Mas é assim que eu me sinto quando paro pra pensar no que ele representa.