A censura é a nova normalidade

Existe um abismo enorme entre censura e crítica. Essas pessoas que se dizem incomodadas com o crescimento do número de "problematizações" por diversos grupos (sejam feministas, esquerda, etc o que for) imediatamente as comparam com práticas de censura de regimes fascistas, mas nada mais longe da verdade.

São simplesmente críticas com questões ou práticas que eram naturais há alguns anos atrás como: machismo, homofobia, racismo entre outras. Nunca vi nenhuma dessas pessoas procurar a justiça para calar o discurso oposto, elas estão utilizando o protesto, a crítica etc.

Censura é um expediente que era utilizado, por exemplo, pela ditadura, em que um órgão especial tinha a função de revisar as produções culturais, os discursos e as notícias para filtrar os elementos contrários ao regime. A censura era então oficial e legitimamente utilizado pelo Estado para impedir opiniões contrárias. Frequentemente, poderia-se não apenas calar essa voz, como assassiná-la. O mesmo ocorrendo em regimes como o Nazismo e o Stalinismo.

Situação radicalmente oposta ao que vivemos hoje no Brasil e, inclusive, na Inglaterra em que o texto cita. Não existe qualquer "regime" que procura expurgar essas opiniões. O que existe são coletividades que por diversas razões políticas procuram criticar e protestar contra opiniões ou condutas que consideram erradas. Às vezes esses grupos podem tomar posições que possivelmente são desmensuradas, errôneas, injustas, mas são apenas posições. Não existe qualquer órgão estatal ou oficial filtrando opiniões contrárias. Não existe um regime político do politicamente correto.

O que então cabe aos incomodados pelo estado de coisas? Procurar, da mesma maneira, compreender e, quando não for concordar, rebater as críticas - e só. Nada mais equivocado do que comparar esses grupos a regimes totalitaristas. O Estado atual é democrático e você pode sim continuar sobrevivendo com suas opiniões, o que você não estará livre é que suas opiniões sejam alvos de críticas públicas.

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